sábado, junho 5

525.600 minutos.

 



A vida é meio fluida né? Não importa quantos planos façamos, ela sempre vem e nos prega uma peça mudando totalmente nosso rumo, nossa direção, nossos planos.

E isso é viver, sabe... A constante mudança! Mas, ao passar de um ano (12 meses, 52 semanas, 8760 horas e 525.600 minutos), ao olhar para trás, o que você vê? Se formos parar para pensar um ano tem algum tempo bom para começarmos (Ou terminarmos, quem sabe) alguma coisa. Mudar, tentar inovar...

Ontem eu estava assistindo a um programa em que havia uma personagem que personificava “o início” e agora estou escutando uma música que sempre me faz pensar numa pergunta: Como eu posso medir o ano que passou? Confesso que não é uma pergunta fácil de degustar ou responder. Afinal de contas, o que levar em consideração sobre o que passou? E como medir isso? Se isso foi bom ou ruim? Cada um de nós está em um mundo próprio que, de tempos em tempos, em algum momento, nos deparamos com tal pergunta: como medir o ano que passou...

Eu sei que estamos vivendo momentos atípicos no mundo, e estamos em um país mais atípico ainda, cantado em belas músicas e decantado em versos e poemas... Então tal pergunta fica no ar, não é mesmo? Como medir o ano que passou? Afinal, o ano que passou foi algo profundamente dolorido para milhões de pessoas no mundo. Perdemos pessoas, e isso nunca é algo fácil para esquecer.

Porém... Eu sou daquelas pessoas teimosas (A culpa é do meu signo, me deixa) que insiste em enxergar o melhor nas pessoas (Algumas nem tanto). Há muito mais coisas para medir esses nossos últimos tempos do que a atipicidade de uma vida fluida. Podemos medir esse ano através do canto dos pássaros, através de notícias de quem em alguns determinados locais, a pureza do mundo está voltando aos poucos. O verde está mais verde devido a diminuição de carros nas ruas, o céu está mais azul...

Mas, e eu posso falar isso com propriedade, vou medir o ano que passou através do amor e da amizade. E garanto que não há nada mais gratificante que olhar para trás e ver que houveram (E há) pessoas na tua vida das quais você se sente acolhido, entende? E eu escrevo essa parte do texto com lágrimas nos olhos.

A amizade através de uma mensagem, de uma oportunidade, uma oportunidade que me abriu uma porta que eu jamais pensei que ela fosse existir (A tal vida fluida, lembra?). Da amizade através de um grupo de aplicativo. Pessoas distintas dividindo um mesmo espaço virtual, um grupo só seu, um nicho onde você não é julgado por nada, você pode ser você. Pessoas distintas que riem com você, choram com você, e mesmo que você só as conheça através de fotos (E meu desejo mais profundo é que todas essas pessoas possam um dia se encontrar e fazer a tão sonhada confraternização), elas te conhecem e você as conhece tão profundamente quanto um ambiente virtual possa permitir.

E o amor? Ah o amor, essa força motriz do ser humano... Ele é silencioso, chega em você e na maioria das vezes você não percebe nada. Esse sentimento tão forte que faz com que tu descubras que tem um coração que insiste em bater, muitas vezes ignorado, tantas vezes machucado, mas que esse sentimento, que está presente constantemente nos rondado... É ele que vale a pena medir um ano. Quantas vezes você foi capaz de amar o outro? E eu não estou falando apenas do amor romântico (Esse, meus caros, o mais raro e o mais profundamente valioso nas nossas vidas), eu estou falando daquele amor em tocar as mãos de uma criança, de sentir o ronronar de um gatinho, o balançar de calda de um cachorro quando se chega em casa... Do amor que brotou nos locais mais inóspitos desde o ano passado, do amor que cura, do amor que salva... DESSE AMOR...

Precisamos começar a medir nossas vidas através desse sentimento. Eu sei, mais que muita gente, que às vezes, ele é tão sutil que se esconde através de palavras duras vindas de pessoas que acham que nos conhecem por seguirmos pelo caminho A ou pelo caminho B... As pessoas são mais complexas que tal bipolaridade, nós somos um apanhado de carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo (Parafraseando o texto belissimamente declamado por Lázaro Ramos).

Eu sei que a maioria das vezes é difícil enxergar através disso, mas... Talvez seja esse nosso desafio... Amar o que nos é diferente. Aceitar o que nos é diferente. Estamos no mês que mais se exige respeito... Eu estou tentando enxergar (E amar) as pessoas para além dessa classificação de bipolaridade.

Por que, afinal de contas, como você quer medir o seu ano?

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