sexta-feira, junho 25

..::Hayao Miyazaki::..

Muita gente, mas muita gente mesmo vira o rosto quando o assunto é desenho japonês. Certo, eu até admito que os exageros que existe nesse tipo de desenho não agrada a todo mundo, mas como tudo na vida existe a exceção. Primeira lição da matemática, afinal de contas.

Há tempos esse tipo de desenho vem “fazendo minha cabeça”. Sim, eu realmente gosto das animações japonesas. São cheias de cores, movimentos, emoções. E muitas vezes, porque não falar, de moralismos.

Um dos desenhistas que mostra bem o que eu estou falando chama-se Hayao Miyazaki. Ele é um criador de histórias, e não apenas um desenhista. As histórias dele estão entre as histórias mais bonitas do mundo. E como ele desenha para o Japão... Por lá, ele seria um Maurício de Souza dos desenhos animados, o ocidente entorta um pouco o nariz quando é um desenho dele, não pela falta de qualidade técnica, mas porque suas histórias têm muito das lendas e mitos japoneses, coisas que poucas pessoas conhecem.

Independente de conhecer a cultura japonesa ou ser apenas um apreciador de sua comida, os desenhos dele estão sim, entre as produções mais brilhantes do mundo. E em tempos de Pixar e Dreamworks, concorrer a um Oscar e ganhar usando as técnicas de animação antigas, não é para qualquer um.

O primeiro filme que eu assisti dele, sem saber, claro, foi Meu amigo Totoro. As suas histórias sempre tem crianças como protagonistas, e isso é o que me chamou mais a atenção. Duas irmãs vão, com seu pai, morar no interior do Japão, para poder ficar mais perto da mãe, que está em tratamento médico. No filme não diz qual é a doença, mas pela fotografia toda do filme, eu creio que seja tuberculose. O pai e as duas filhas pequenas vão morar numa casa perto de uma linda floresta. Todo mundo sabe, que criança quando está enfrentando alguma situação estressante tende a criar um mundo só seu. E assim acontece. As duas irmãs encontram um “espírito da floresta” grande e peludo [olhando mais atentamente, dá pra notar que o Totoro tem a aparência de um panda gigante] que passa a cuidar das irmãs quando elas ficam sozinhas. Ele ensina as meninas a ter o cuidado com a natureza e todas essas coisas ecologicamente certas sem cair no ridículo.

O segundo filme que eu assistir, dessa vez já sabendo alguma coisa sobre ele, foi A Viagem de Chihiro. Foi neste filme que o ocidente “conheceu” quem era o Hayao, por assim dizer. Com grande projeção, principalmente nos Estados Unidos, ele conseguiu a proeza de em 2003 ganhar o Oscar de melhor animação. E com muita justiça. Chihiro é um conto de fadas moderno. Simples assim. Diferentemente da toda e poderosa Disney, esse conto de fadas agrada a crianças, jovens e adultos [claro aqueles que têm a mente aberta e o coração também]. O filme conta a história de Chihiro, que ao se mudar com os pais para uma outra cidade, acaba se fechando num mundo só dela. Quando estão chegando no destino, seu pai se perde e eles acabam encontrando uma terra mágica, onde o principal para poder sair é saber quem você é. Chihiro então precisa correr para salvar seus pais que esqueceram quem eles são, e passaram a viver como porcos. Em meio a tudo isso, ela encontra em Haku, o seu primeiro grande amor... Haku é o espírito dos mares que a salvou anos atrás de morrer afogada. O engraçado deste filme, é que mesmo usando ledas e mitos japoneses, fica claro que o filme foi feito para o ocidente. Da pra notar isso na primeira cena, onde o seu pai está dentro do carro. Todos sabem que o Japão usa a mão inglesa nas ruas, e o carro, está estranhamente, com a mão do resto do mundo. Não chega a ser um erro, mas mostra que até mesmo um homem como o Hayao está ligado com o que acontece ao redor do mundo [Depois eu falo mais de Chihiro. Se eu for falar tudo o que eu quero do filme, não caberá num único post].

Depois veio O Castelo Animado. E eu vou confessar uma coisa, foi neste filme que ele me fez chorar compulsivamente. Outro conto de fadas, esse filme mostra o poder que o amor é capaz de ter na vida das pessoas. Depois de ser enfeitiçada por uma bruxa muito má e transformada numa velha de 80 anos, uma garota de apenas 18 anos acaba tendo que sair da sua casa e ir procurar um mago para ver se ele conseguiria reverter o feitiço. Ela acaba encontrando-o, e acaba indo trabalhar em sua casa, um castelo encantado. O mago, que trabalha para o governo local e tenta evitar a todo custo uma guerra entre os reinos [um dos reinos acredita que o reino da garota sequestrou seu amado príncipe e decide entrar em guerra contra ele] acaba se apaixonando pela garota, já que é o único que vê a sua verdadeira forma. Ela também se apaixona por ele, mas acreditando que ele só vê a forma de uma velha, não sente muita esperança, até que se vê obrigada a entrar na guerra para poder salvá-lo de desaparecer. O desenho é recheado de frases e momentos lindos dos dois, o que acabou se transformando em meu desenho preferido dele [até agora].

Seu novo filme chama-se Ponyo – Uma amizade que veio do mar. Ele voltou a mostrar o que é ecologicamente correto. Ponyo é um peixinho dourado que vira humana para poder salvar a terra de um desastre ecológico. Nesse interim ela conhece Sosuke o que acaba se transformando em uma amizade linda e um amor intenso. Ponyo então decide se tornar humana mais tempo para poder ficar mais perto de seu novo amigo. Ele ainda não estreou por aqui, mas sendo do Hayao e voltado para a natureza, com certeza vou estar no dia da estreia para poder assistí-lo.

Beijos Uivantes!

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