Ontem eu li que a Justiça Federal julgou inconstitucional o Exame da Ordem alegando que a instituição está violando o princípio de liberdade de escolha da profissão. Isso realmente existe em nossa Carta Magna. Ainda estava que, cabendo somente a OAB a habilitação de bacharéis para as atividades da advocacia, estaria tornando inútil as avaliações dos cinco anos que os estudantes de Ciências Jurídicas e Direito passam dentro de uma instituição aprovada pelo MEC.
Isso pode até soar como um comentário de uma bacharel frustrada (pode até que seja sim, ou não) que desistiu (essa palavra anda aparecendo muito na minha vida ultimamente) do exame por ser difícil e não conseguir passar, mas bem feito.
Assim, para passar nessa provinha que hoje, por enquanto, tem duas fases, você precisa além de estar alerta as já famosas pegadinhas de prova de múltipla escolha, saber TUDO das principais matérias (Eu não sabia que sociologia e filosofia do direito eram matérias importantes) dos CINCO ANOS da sua faculdade. Quer dizer, pode colocar ai umas 100 questões (para serem resolvidas em quatro horas – acreditem é pouco) de múltipla escolha, com enunciados de provas subjetivas, para que você possa ter discernimento para escolher A MAIS CERTA, ou seja, TODAS as alternativas são parecidas... Não esqueçam... Você tem quatro horas apenas para uma coisa assim.
Então me respondam: existe algum SER HUMANO capaz de uma coisa assim? Recentemente, saiu que a OAB pegou JUIZES para responder a prova do Exame da Ordem da antiga banca examinadora (CESPE) e sabem o que aconteceu? NENHUM juiz passou. JUIZ. Sério, apesar de algumas coisas que andam acontecendo na minha vida, essa questão ainda é dolorida pra mim, enfim...
Certo, quanto ao fato de eu não conseguir ter a capacidade mental (tipo, eu até tenho alguma inteligência, mas não pra isso), mas o que mata mesmo são os valores... Ah, achavam mesmo que essa prova era de graça? Estamos falando de advocacia, meu amigo. Advogados cobram até pelo ar que você respira, acredite, eu sei, eu vi.
Vamos lá... Dependendo da banca examinadora (CESPE ou FGV) a taxa de inscrição para a prova, é de pelo menos R$ 150,00. Soube recentemente que está R$ 200,00. Bem, para quem faz uma vez a prova e passa, ótimo. Mas e para todo o resto? Veja, são três exames por ano. Digamos que você não passe nos dois primeiros? Então SÓ EM TAXA DE INSCRIÇÃO, você gastou R$ 600,00. Pesou né? Mas não para por ai... Nenhum bacharel (aquele que ainda tem alguma sanidade) vai para essa prova, claro sem antes se reciclar... Não esqueçam, a pessoa tem que se lembrar de CINCO ANOS de faculdade para uma prova. Então ela, obviamente, vai atrás de um cursinho. Ai começa o sacrifício real. O MAIS FRACO cursinho, pelo menos aqui em Manaus, sai a simplórios R$1.500,00 (Não você não leu errado) POR TRÊS MESES. Agora, imagina se a pessoa não passar da primeira vez que presta... Façam as contas...
Então, eu ainda sou uma bacharel frustrada?
Lobinha.
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