quarta-feira, novembro 23

Multidão solitária


Era a união das ruas de São Paulo, da multidão de Nova Iorque e do clima de Londres... As três cidades que mais amava na existência. E ela daria tudo para estar trancada em seu quarto sem ver ou ouvir ninguém, apenas com o barulho da televisão em um dos programas que ela mais gostava. Ela sentia falta de escutar as vozes dos artistas interpretando os personagens do mundo do super-herói que ela mais gostava... Era como se ele pudesse salvá-la!

A multidão ia todo de encontro a ela vestida de vermelho. Ela vestida com uma cor cinza indecifrável. Desesperadamente estava andando, falando com as pessoas que passavam. Mas as pessoas não a escutavam, nem a enxergavam. As que faziam isso... Olhavam através dela, como se ela estivesse completamente invisível. E invisível era como ela se sentira a vida inteira, agora mais que nunca.

Uma parte dela havia sumido... A melhor parte, aquela parte de quem se importa! Aquela parte de quem briga quando alguém fala (Ou faz algo) do qual não se gosta ou aprova. Ela não conseguia mais encontrar essa parte... Essa parte não existia mais! Os dias felizes, onde ela fazia parte de algo, onde ela se sentia parte do mundo, haviam acabado, haviam sumido, e ela temia que isso tenha acontecido para sempre...

Agora era somente ela... Ela e o imenso vazio que começou a acompanhá-la.

Lobinha.

Nenhum comentário: