quinta-feira, janeiro 12

Enciclonérdia.

O oxford dictionary define “nerd” como uma palavra informal, de origem desconhecida, aplicada a pessoas que são excessivamente interessadas por algum assunto e que têm dificuldade em se relacionar com os outros.

A definição do Cambridge dictionary of american english é semelhante: um nerd seria alguém, sem habilidades sociais, especialmente interessado em tecnologia.

A palavra é, sem dúvida, originária da língua inglesa. A principio era considerada sinônimo de “geek”, que o Oxford dictionary também define como um entusiasta obsessivo, desconfortável socialmente; a palavra seria derivada de geck – tolo.

Consta que a primeira aparição documentada da palavra nerd foi em 1950, como o nome de uma criatura num livro do dr. Seuss, chamado “If I ran the zoo” (Se eu dirigisse um zoológico). Seu uso como gíria parece datar de 1951, quando a revista Newsweek reportou seu uso popular como sinônimo de pessoa “quadrada” ou desinteressante. Outras teorias dizem que a palavra se originou do nome de um boneco do ventriloquista Edgar Bergen (O nome do boneco era Mortimer Snerd), ou dos laboratórios da Northem Eletric Reserach and Development, de Ontário, Canadá (Atualmente Nortel), cuja equipe técnica devia ser um grupo de, bem, você sabe o quê.

Porém, seja qual for a origem da palavra, os nerds são hoje um grupo extremamente ativo culturalmente, no mundo todo.

Em português, na segunda metade do século XX, nos colégios era comum o adjetivo CDF, designando os alunos que apreciavam estudar (E portanto, possuíam, digamos, traseiros de ferro para aguentar ficar sentados estudando).

O desprezo que tradicionalmente crianças e jovens mais populares (de ambos os sexos) nos colégios dedicavam aos melhores alunos (De ambos os sexos) traduziu-se na conotação negativa dessas palavras.

Os nerds e CDF segundo a opinião corrente, seriam os fracassados, os solitários, os que ficariam enfiados em casa vendo tv, ouvindo rock, jogando RPG ou lendo, enquanto os bem-sucedidos socialmente se divertiriam à larga lá fora.

Sem nem mesmo precisarmos comparar a qualidade de diversão proporcionada por literatura, cinema ou jogos, com a que é proporcionada em agitos, festas, bares e variados locais da moda, tal vaticínio tem se provado errôneo ao longo de diversas gerações. Não apenasa maioria dos nerds encontra sim, parceiros amorosos que compartilham seus interesses, constituem família e produzem novas levas de filhos nerds (por sinal, a cada geração, mais numerosos e menos preocupados com a opinião dos colegas, que, em teoria, seriam socialmente mais aptos) e ainda acabam integrados no mercado de trabalho com muito mais facilidade.

E claro, divertem-se muito mais...

A tendência em se valorizar profissionais possuidores de interesses diversificados e mentes criativas, dados à multitarefa e versados em tecnologias da informação e em outras áreas bem específicas, comprovou que os nerds estavam no caminho correto para se tornarem pessoas realizadas profissionalmente – e, em consequência, financeiramente.

Não é de admirar, então, que o epíteto seja cada vez mais assumido e que, apesar de tantos preconceitos, a visão que o mundo tem dos nerds já se tenha transformado muito.

Caso você não saiba o que é um epíteto, bem... Um nerd não perderia tempo e iria consultar um dicionário. Um não nerd fecharia este livro e o esqueceria no minuto seguinte.


Enciclonérdia - Almanaque de cultura nerd.

Nenhum comentário: