“Eu já tenho 27 anos. Não tenho dinheiro nem
perspectivas. Já sou um fardo para meus pais e estou com medo. Então não me
julgue Lizzie, não ouse me julgar."
Charlotte
Lucas (Orgulho e Preconceito – Jane Austen)
Vocês
já me viram falando muito sobre orgulho e Preconceito, me viram suspirando pelo
Mr. Darcy, do quanto eu o acho perfeito e da Elizabeth Bennet, do quanto eu
gostaria de me parecer com ela, pois ela é minha heroína preferida (Acho que
todas as mulheres da minha idade, já sonharam em ser como ela)’, mas a personagem
mais intrigante da história é a Charlotte. A descrição dela no livro, é de uma mulher
solteirona, a beira dos trinta anos, que lhe falta beleza e dinheiro para poder
arrumar um marido.
Na
época vitoriana, essas condições eram um pesadelo para toda e qualquer moça. Em
contraste claro, com as meninas Bennet todas lindas que logo arrumariam um marido
de boa condição social devido sua beleza. Então, Charlotte abstém-se da característica
mais marcante das mulheres, o romantismo, pois ela mesma fala que não tem tempo
para o romantismo, pois vê-se sem tempo para sonhar com o príncipe encantado. Então
aceita a proposta de casamento com um homem do qual não ama, mas que pode lhe
oferecer o conforto de um nome e um lar. O homem no caso é o idiota do primo de
Elizabeth, Mr. Collins (Nos filmes ele é apresentado como um homem
completamente sem atrativos, mas no livro, ele apenas não se dá bem com a
família da protagonista).
Fiquei
me perguntando quantas mulheres se sentem uma Charlotte, pois muda o tempo, mas
algumas regras universais não mudam... Quantas mulheres não acabam se casando
com pessoas das quais não nutrem nenhum tipo de sentimento apenas para não ter
que ficar sozinha? E pelos mais variados motivos? Seja porque elas deixaram de acreditar nessa coisa mágica
que é o tal amor [e nessa categoria eu me encaixo], seja porque é a única saída
para uma vida melhor?
Não
se enganem, ainda há sim várias Charlotte no mundo, e não são poucas. Lembro que,
lendo o livro, eu tinha pena dela, pois ninguém merece um destino como o dela,
mas sabem? Eu entendo perfeitamente a atitude dela, chega uma hora na vida da
gente que a gente se pergunta: E agora? E é essa pergunta que assombra muitas
pessoas a vida inteira... Você se sentir perdido na sua vida, não ter dinheiro
nem perspectivas na vida, realmente não é bom!
Então,
quando a pessoa encontra uma saída para essa confusão toda que sente dentro de
si, sempre vai existir alguém para julgar suas atitudes, porque, por mais que ninguém
seja perfeito, exige-se perfeição por parte das outras pessoas, o que acaba
piorando bem mais a situação das pessoas.
Um
conselho, evite julgar as atitudes das pessoas, tente entender porque certas
pessoas são do jeito que são, sempre existe uma explicação... Caso você não
tenha paciência para isso, apenas entenda, que, se ela é age de determinada
maneira é porque existe um motivo, SEMPRE existe um motivo.
Afinal
de contas, a Charlotte teve que abrir mão dos sonhos que tinha para poder
resolver um problema que a acompanhava para que pudesse deixar seus pais
felizes...
Vanessa
Um comentário:
Não se compare nem um pouco a ela. Sendo por isso, eu Alexandre Frederico Costa Bastos, sou um estragado. Na morte de meu pai, fiquei com minha mãe. Ano passado pensei que ela estava com câncer e enfrentei uma barra com ela. Conclui minha faculdade e larguei minha carreira para retomar um negócio que meu pai deixou que meus irmãos não faziam o menor prestigio. E até hoje, é desse negócio que, basicamente, vivo. Vitória: tenho um sustento. Derrotas: Sozinho, amargurado, sem filhos, se minha mãe morrer não tenho ninguém, pois contar com meus irmão é melhor nem contar. Ou seja, estou fumado da vida e mal pago. Mas de um modo geral, todos pagamos preços por nossas ESCOLHAS. Eu estou pagando o meu até hoje.
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