Escolha assistir.

Imagine um mundo em que não exista guerras, violência, preconceitos, intolerância? Seria o paraíso na terra se neste mesmo mundo não houvesse também nenhum humano. É essa a realidade que Stephenie Meyer escreveu sua ficção científica romântica.

A Hospedeira mostra a história de Melanie e Peregrina, ambas: hospedeira e hóspede num corpo humano. Melanie faz parte da rebelião que luta contra a invasão de uma raça alienígena, que depois de um acidente tem seu corpo tomado por uma ‘alma’ chamada Peregrina. O problema é que Melanie não sumiu completamente, e fica travando um luta com Peregrina para que seus entes queridos não sejam capturados também.

Ao fugir de sua ‘responsável’ na terra, as duas reencontram a família de Melanie e Peregrina precisa primeiro ganhar a confiança deles para depois explicar o que está acontecendo dentro dela. Há apenas um problema que Peregrina não contava, Melanie é apaixonada por Jared, e Peg, como foi apelidada, se apaixona por Ian. Os ‘quatro’ ainda precisam encontrar uma forma de salvar a vida do pequeno Jamie enfrentando os perigos dos buscadores, e tentar encontrar uma forma de trazer Melanie de volta sem prejudicar Peg.

É nesse mundo que Stephenie Meyer aparece como uma escritora adulta e centrada, fugindo dos melodramas da sua tão famosa saga. São personagens adultos, com problemas reais que lutam pela sobrevivência, diferente de sua mocinha recatada e submissa de Twilight. Melanie luta até o seu último suspiro de vida para proteger aqueles que ama, e Peg acaba descobrindo o motivo de Mel ser tão forte e não sumir completamente: o amor. A autora não fugiu do tema que gosta de escrever, mas soube fazer isso com maestria.

O filme trouxe a baila, apesar de ser um romance, a força de sobrevivência de um povo, de uma raça que está sumindo, desaparecendo. Mostra o que a confiança e o amor podem fazer para mudar o pensamento de humanos e aliens. 

O elenco traz nomes de peso como Diane Kruger, Willian Hurt e Saoirse Ronan (Desejo e Reparação e Um olhar do paraíso), além dos jovens atores Max Irons (A Garota da Capa vermelha) e Jake Abel (Percy Jackson e o ladrão de raios). Todos aparentando uma confortável harmonia entre eles e os personagens. Willian Hurt mostrando porque ainda é um dos mais importantes atores na atualidade.

A fotografia do filme é fantástica. Se foca no deserto dos Estados Unidos, com suas cores laranja amareladas e seu calor intenso. Mas traz também as cidades após a ocupação. Lugares pacíficos, tranquilos, onde a confiança é a palavra de ordem.

São quase três horas de filme que você não percebe e ainda fica querendo mais. Apenas escolha: amar, lutar, acreditar.

Vanessa Carvalho.