sábado, dezembro 31

Divagações de Ano novo (Texto grande)

Tenho pensando em como escrever este texto, mas fica complicado. 2016 foi um ano completamente estranho de forma geral e sinceramente não sei dizer se estou aliviada ou se ele vai deixar saudades.

Há exatos dois anos (Contando de agora) eu venho me dedicando à OAB (Digo dois anos, pois foi quando eu simplesmente resolvi sentar e estudar). Sim, a OAB aquele monstro que por muitas vezes me derrotou; a OAB que por muitas vezes me fez duvidar de quem eu sou, do que eu queria na vida e de como eu gostaria de viver, mas... Na verdade que eu simplesmente estava... Com medo. E não me envergonho de falar isso, sim, eu estava com medo de... Sei lá, da prova. Medo de UMA PROVA de marcar X, vejam só.

Não sei se era o local que eu estava estudando que colocava a prova de uma forma que eu não acreditava em mim, vai ver era o fato de eu haver tentado por tantas vezes que aquilo começou a se tornar um problema, sinceramente, eu não sei. Só sei dizer que eu estava com medo. Apavorada é a melhor palavra para descrever.

Mas eu também sou o tipo de pessoa que... Posso demorar, mas quando eu coloco uma coisa na minha cabeça, dificilmente eu mudo de ideia. Aliás, eu não costumo mudar muito de ideia. Talvez eu use uma máscara, mas a ideia inicial sempre estará lá... Em algum lugar do meu ser martelando minha mente até que eu pense: OK, é isso que você quer que eu faça? Então eu vou fazer isso que você quer.”

Foi quando eu decidi SER da OAB. Fui completamente crua para a prova, pois jamais havia levado a mesma a sério. E eu não sabia estudar, aliás, NENHUMA faculdade de Direito te ensina a estudar. Temo que nenhuma faculdade sequer pense nessa possibilidade. Então eu me boicotava, achando que a forma que eu estava estudando era o certo.

No final de 2015, quando fui fazer o Exame XVIII, exame esse que eu me dediquei totalmente a ele, e eu não passei, veio novamente o pensamento “Deus, será mesmo que eu estou no caminho certo?” Sim, porque, pior que você trilhar o caminho certo lentamente, é você trilhar o caminho errado. Então, ele mandou um ser iluminado (É assim que eu o vejo – Talvez ele nem saiba disso) para conversar comigo e me mostrar que a derrota é apenas uma derrota. Perder uma batalha, não significa que a guerra esteja vencida. Esse ser humano iluminado, meu querido professor Hiran, mesmo sem saber dos meus pensamentos, me fez continuar. E eu continuei. Juntei meus caquinhos e continuei.

Então 2016 começou. E com ele houve a mudança mais significativa na minha vida. No dia 11 de Janeiro de 2016 mudei e fui para o curso de um dos melhores professores que eu tenho (Digo no presente porque ele não vai ser ver livre de mim assim tão cedo rs) que foi o AD Cursos e Concursos e dei continuidade aos meus estudos. Porém sem acreditar muito. Vocês, com certeza, já vivenciaram a situação de continuar tentando porque era o certo a fazer e não porque você realmente acreditasse nela. E foi... A MELHOR decisão que eu tomei.

Comecei a estudar para o Exame XIX e foi lá que eu não só vi que talvez, apenas TALVEZ fosse possível ganhar essa batalha, como encontrei pessoas, amigas, que me ajudaram tanto, tanto que mal sabem elas o quanto eu lhes sou grata. E eu sei que serão pessoas que ficarão comigo para todo o sempre. Vocês sabem quem vocês são. E foi quando eu aumentei dos meus 35 pontos, para 39 (vejam bem, para a aprovação você deve fazer 40 pontos nessa primeira fase). E eu fiz 39.

Por insistência do Professor Aldemiro, lá fui eu fazer a segunda fase. Matéria? Constitucional. Escutei coisas do tipo – Tu estás ficando louca? Tu vais fazer Constitucional? Essa matéria além de chata é difícil. - E eu confesso que pensei mesmo que talvez fosse uma loucura escolher essa matéria.  Mas o fato é que EU não acho nenhuma das duas opções. E na segunda fase do XIX eu conheci um rapaz – Menino aos olhos de algumas pessoas – um MONSTRO quando resolve dar aula, que só fez confirmar o quanto a minha escolha estava certa. Nunca vou esquecer da primeira aula que ele ministrou, nervoso por ver tanta gente, explicando, de maneira lógica, o Controle de Constitucionalidade. 

Então, eu fui para o Exame XX. Novamente 39. Novamente conheci pessoas incríveis que me fizeram rir, que me fizeram companhia nessa caminhada tão complicada. Tayane, Priscila, Amanda, Claudia, GiZelle, Lane – Menina de risada fácil... Então veio a XXI. 

Cansaço batendo à porta. Chegava em casa, sem forças psicológicas para estudar. Conheci a Clara, a Belle, A Luciane, pessoas lindas, mais companhias para a jornada. Vamos então. Mas no final, lá na hora do “vamo ver” infelizmente, e só a gente contra a gente mesmo. O Neto – O menino monstro – com o seu já famoso “Foca em mim”, O prof. Hiran e a sua “Rosilene” e o prof. Aldemiro com o seu “HEI” no meio do corredor acreditavam na gente, então, nada mais certo do que a gente acreditar também, certo? É mais fácil falar do que fazer. 

O problema foi que desta vez, eu lembrei do livro “A máquina do tempo” de HG Wells, em que o viajante encontra com o cérebro da biblioteca e o mesmo responde: Se não gosta das respostas, então mude as perguntas. E foi o que eu fiz. Eu não estava mais gostando das respostas que a vida estava me dando, então estava na hora de mudar as perguntas. Já havia conseguido duas vezes seguidas 39. 

Sai da prova arrasada. Novamente acreditei que havia falhado com todos e principalmente comigo. Mas... Neste final do ano, as perguntas começaram a mudar. 42 foi minha nota final. QUARENTA E DOIS. Estava na segunda fase. Estou mais perto de, enfim, ser advogada, o ponto inicial de quem entra numa faculdade de direito.

Então, meu recado para quem quer que seja você que esteja lendo esse texto agora, NÃO DESISTA de um sonho. Não pare de tentar alcança-lo. Ninguém disse que seria fácil. Aliás, tudo que nos vem fácil, vai fácil. Você primeiro tem que vivenciar a parte ruim para poder saborear o gostinho da sua vitória. E acredite, você VAI saborear sim, cada segundo dela.

Pessoas vão jogar na sua cara que você não conseguirá. Pessoas vão te abandonar por não entender (Ou talvez não ter tido a força necessária para ir atrás de seu próprio sonho) e você talvez pense que a culpa é sua, que você está sendo egoísta. SEJA egoísta. O sonho É SEU e de mais ninguém, somente você sabe como deve percorrer a estrada para alcança-lo.

E saiba que... independentemente de quem você seja, EU ESTOU SEMPRE TORCENDO POR VOCÊ.

FELIZ 2017. FELIZ REALIZAÇÕES.

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