quarta-feira, janeiro 6

Mergulhe nas profundezas de um olhar.

 

Arrisque 

Escutar David Cook é voltar lá pra 2010, quando eu ainda achava que o mundo poderia ser bom. Escutar David Cook é lembrar de programas que já não existem mais, mas que fazem falta. Conheci e acompanhei o Idol em que ele participou e acabou ficando em segundo lugar (Com licença ao ganhador daquele ano, o Cook era muito melhor), mas ele lançou um álbum pouco tempo depois..., mas realmente não é pra isso que vim aqui escrever essas parcas palavras...

Lembro que naquele tempo meu coração estava cheio... Eu estava AMANDO, eu me perdia em palavras, sonhos e me sentia viva. Sabe aquela coisa de que a gente poderia conquistar o mundo? Era mais ou menos assim que eu estava naqueles dias em que ele foi sucesso. O engraçado que nem faz tanto tempo assim, se for parar para pensar, 11 anos não é assim tanto tempo, mas o mundo muda de maneira avassaladora que parece que foi eras atrás...

Depois disso, nunca mais senti que poderia conquistar o mundo. Cheguei pertíssimo em 2018, mas foi algo tão efêmero quando a vela que mais brilha, não que chegasse perto disso, nem se compara, mas cheguei bem perto de voltar a me sentir viva.

Hoje as pessoas sentem medo de se apaixonar, de amar, de se entregar nas profundezas de um olhar. Eu sinto medo de nunca mais sentir isso novamente. Sinto medo de não ter mais a capacidade de me sentir viva novamente. A gente sabe que está amando alguém quando você olha para dentro da escuridão dela e essa escuridão não te assusta, pelo contrário, ela te empurra mais para dentro. Ela te deixa curiosa, ela te faz enxergar os defeitos e apesar deles, te faz querer estar cada vez mais perdido dentro daquele olhar. Olhos que te deixam sem defesas, e você se sente ok com isso, pois sabe que essa falta de defesas te fortalece ao invés de te enfraquecer... E VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO LIGA, pelo contrário, sem isso, você se sente... vulnerável!

As pessoas hoje preferem a certeza do raso do que a incerteza das profundezas de uma pessoa. Eu nunca gostei do raso. Nunca gostei de pessoas rasas. O oceano que é uma pessoa é algo assustadoramente belo, e não é todo mundo que se sente seguro o suficiente para mergulhar, ou não está preparado, ou nunca soube o que é essa sensação. Prefere a segurança do raso efêmero do que a profundeza avassaladora de conhecer verdadeiramente uma pessoa...

As pessoas sentem medo de sentir... engraçado isso né? Eu? Sinto medo de nunca mais sentir isso. Tenho medo de nunca mais sentir que alguém ao me olhar, está me enxergando, com meus defeitos e qualidades e apesar disso, ainda querer mergulhar.

Um olhar é capaz de possuir um mundo inteiro dentro dele, um mundo que é uma pessoa. Difícil encontrar alguém que esteja disposto a mergulhar. Porque ao mergulhar você corre o sério risco de se machucar... e não mergulhar, você nunca sentirá que alguém verdadeiramente te conhece... eu até entendo que seja uma decisão difícil, mas eu prefiro me machucar por ter vivido algo intensamente, do que passar a vida inteira na segurança do raso.

UM AMOR!... Que isso venha pra mim e para quem estiver lendo esse texto. E que, quem estiver lendo, não tenha medo de mergulhar... Mergulhe e VIVA. Ao menos uma vez, VIVA isso, sinta isso, respire isso, se perca, perca o controle das suas emoções, olhe para o olhar e ao dizer “eu amo você” que você, realmente AME essa pessoa. Permita que esse olhar mergulhe em você e se perca la dentro. Permita-se mergulhar num olhar e se perca também nele, tente descobrir o mistério que é uma pessoa... e se você tiver que se magoar?... Bem... Já dizia o filosofo que se apegar a alguém é correr o risco de chorar de vez em quando...

O que você escolhe? Passar pela vida no raso ou se perder no universo de um olhar?

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