segunda-feira, fevereiro 7

..:: Perigo das Criptonitas Parte I ::..

Já fazia um bom tempo que eu estava envolto com meu trabalho... Aliás, com meus dois trabalhos. Ser um repórter (Até muito bom – modéstia parte) de dia e salvador do mundo à noite, não me sobra muito tempo para nada. Naquele dia específico eu estava me sentindo cansado. Não sei por qual motivo. O sol amarelo estava bem, o trabalho estava bem (na medida do possível)... E eu estava cansado. Estava com saudades de casa e de coisas que simplesmente eu não parava para lembrar por algum tempo. A fazenda e todos os anos que eu vivi nela. Lembranças do meu pai... Dos meus amigos... Dos anos em que a palavra “responsabilidade” significava para mim apenas o dever de casa. Depois de tantos anos, ficar lembrando coisas da minha juventude me assustava mais que qualquer outra coisa, pois significava que eu começava a ficar melancólico (mais do que eu já sou normalmente).

Foi quando estava parado, olhando, vigiando o planeta, quando outra lembrança veio à minha mente. Sim, a primeira vez que eu o encontrei. Lembro que no início eu não gostei muito da forma como ele tratava os humanos... De maneira tão prepotente, ele era um deles e não deveria tratá-los dessa maneira. Bruce Wayne, ou simplesmente Batman. Ele estava atrás do Coringa (outra vez) e como o Oliver estava fora da cidade, ele precisou pedir minha ajuda. Oliver já havia me falado dele:

“Bruce Wayne? Ele é totalmente diferente de você, Clark. Acho inclusive que ele é totalmente diferente de qualquer pessoa que você já conheceu. Não o intimide. Deixe-o fazer o trabalho dele.”

Surpreendi-me quando avistei aquele carro preto parado na porta do Planeta Diário e um senhor muito educado, aparentemente inglês, veio em minha direção com um sorriso cordial. Estava um dia chuvoso de Outubro e eu estava saindo atrás de notícias malucas para o Sr. White. O mais estranho, foi que eu jamais havia sequer passado aos arredores de Gotan, e mesmo assim, ele sabia quem eu era e como me encontraria.

“Sr. Kent, eu suponho?”
“Eu mesmo!”
“Venho por parte do Sr Wayne, que gostaria muito de poder ter uma palavrinha com o Sr, se não se importar.”
“Um momento... O magnata Bruce Wayne? Em Metrópolis?”
“Sim, senhor, ele está realmente precisando falar com o Sr.”
“O que ele quer com um repórter não tão famoso como eu?”
“Bom, Sr creio que isso o Sr terá que perguntar do próprio Sr Bruce. Mas acredito que ele esteja precisando de uma ajuda um pouco mais ‘forte’”.

As palavras do velho motorista me assustaram. “Uma ajuda um pouco mais forte”? Seria possível? Eu luto tanto para que ninguém saiba da minha verdadeira identidade e logo Bruce Wayne... Bom, Eu não poderia correr nenhum risco. Ele era um homem poderoso, sem dúvida, mas creio que não custaria nada saber o que ele estava querendo.

Entrei no carro preto. Antes ainda olhei para a porta do Planeta... Alguma coisa me dizia que eu ficaria muito tempo longe. Isso me fez lembrar: Teria que arrumar uma boa desculpa para o Sr. White. Deus, eu não sei o que é pior: Enfrentar um magnata excêntrico ou o mau humor do Sr White.

Andamos durante quase uma hora, Alfred sempre sendo gentil quando eu perguntava alguma coisa sobre essa estranha reunião. Entramos em uma parte da cidade que eu quase não tinha problemas, ou melhor, quase nunca. E paramos em frente a um dos prédios mais bem projetados que eu já havia visto. Lembrava um pouco do esplendor que já havia sido o prédio da LUTHORCORP (Antes do Luthor ser preso e o prédio fechado). Era o prédio das empresas Wayne em Metrópolis. Elegante. Mas de alguma maneira eu não me sentia bem lá dentro. A vontade que me deu foi de dar meia volta, mas minha curiosidade de saber o que aquele homem queria foi bem maior.

Ao entrarmos no elevador, que eu julgava estar no térreo, foi que começou a surpresa. Ao invés de ele subir (o que seria mais natural) nós descemos. Acho que nem Willy Wonka teria uma ideia dessas, mas em se tratando de quem é...

“Por que estamos descendo?”
“Estamos indo para o escritório do Sr Bruce, Sr Kent”
“Mas, o escritório não era para ficar...”
“Para as pessoas normais, sim. Mas às vezes, algumas pessoas precisam de um local mais isolado para ficar às sós com seus segredos, não acha?”

Depois disso resolvi me calar. Fiquei pensando o que aquele homem estaria querendo comigo. Certo, estava claro agora que ele sabia quem eu era, mas porque ele queria minha ajuda era, pra mim, o maior mistério a ser desvendado. Fiquei tentando lembrar o que faria Chloe se estivesse em meu lugar. Provavelmente, ela não o deixaria abrir a boca.

Essa lembrança me fez sorrir pelo canto da boca. Era bom saber que minha amiga estava feliz sendo correspondente internacional do Planeta diário em Londres. Claro, eu não poderia esquecer de falar para ela o meu encontro com Bruce Wayne. Provavelmente, ela pegaria um vôo imediatamente de volta, apenas para ver em meus olhos a forma como eu ficaria perto dele.

Foi quando o elevador parou. Tão lentamente que eu mal acreditei que ele estivesse sequer se mexido. A porta se abriu e o vão que apareceu foi simplesmente enorme. Acho que a sala era do tamanho de um campo de futebol, senão maior. Eu saí do elevador enquanto Alfred se encaminhava para um local mais afastado.

Fiquei parado esperando o anfitrião aparecer, mas sem antes dar uma boa olhada para a sala. Era uma sala bem iluminada, apesar de ser no subterrâneo e muito bem decorada. Se eu não tivesse visto o prédio de escritório lá em cima, diria que era uma sala de estar de uma bela mansão. A única coisa que destoava disso, claro além de estamos cerca de uns 15 metros debaixo do solo, era que em meu canto esquerdo havia um enorme computador que rodeava quase toda a parede esquerda da sala. Aquele homem não parava de trabalhar um só minuto. Bem quanto a isso, eu não poderia recriminá-lo.

“Clark Kent, enfim nos encontramos!”

Quando eu me virei, vi um homem de porte atlético, forte, elegante, e com um ar melancólico em seu rosto. Não pude deixar de sentir compaixão por ele.

“Sr. Wayne.”
“Espero que a pequena viagem não tenha sido cansativa para você, Clark. Posso chamá-lo assim?”
“Claro que pode... Bruce!” – A compaixão sumiu na mesma hora em que ele pronunciou meu nome em um tom que eu até hoje não consigo entender.

Ele ainda ficou parado me analisando enquanto eu fazia o mesmo. Sinceramente, o que um magnata estava querendo comigo?

“Creio que Alfred já tenha lhe falado por que eu o chamei assim, tão de repente.”
“Não, não falou. Nesse ponto, você treinou bem seu mordomo. Ele respondia de maneira bastante superficial a qualquer pergunta que eu fazia” – Nesse momento eu achei que ele havia dado um pequeno sorriso no canto direito da boca. “Então, por que eu estou aqui e por que você precisa da minha ajuda?”
“Há alguns dias, um Sociopata muito perigoso fugiu da penitenciária de Gotan e eu acredito que ele esteja escondido por aqui, por Metrópolis?”
“Quem seria esse criminoso, e por que Metrópolis?” – Outro sorriso no canto direito. Aquilo já estava começando a me irritar.
“O nome dele é Coringa e eu acho que ele esteja atrás de algumas “pedrinhas” verdes que existe perto da sua querida Metrópolis. Achei que você deveria ficar sabendo do ocorrido, já que parece que você não se dá muito bem com elas.”
“Eu sei quem é Coringa, e achei que...”
“Continue, você não esperava que eu não soubesse quem era você e que eu estivesse querendo uma entrevista de primeira página no Planeta Diário, ou achou?”
“Eu vi que você havia cuidado dele.”
“Ele teve ajuda. De um velho conhecido seu.”
“Conhecido... Ele não pode ter escapado, ele está...”
“No presídio de segurança máxima? Clark, você precisa entender uma coisa, por mais que isso me deixe completamente incomodado, quando o Coringa decide fazer alguma coisa, ele vai lá e faz. Não há nenhum presídio de segurança máxima no mundo que seja capaz de detê-lo. Ele é capaz de implantar o caos onde ele passa...”

Outra vez aquela sensação de melancolia pairava no ar. Olhei para o rosto compenetrado de Bruce olhando para o telão e por alguns instantes achei que ele estivesse longe dali, em um tempo e local distantes do nosso.

“O fato é que eu, dessa vez, preciso da sua ajuda. Acredite, se eu achasse que poderia derrotá-lo sozinho, não chamaria você.”
“Eu posso saber por que não?”
“Não gosto de vermelho!”

Ainda pensei em argumentar, mas imaginei que seria causa perdida. Então, resolvi ajudá-lo. Afinal de contas, se Coringa e Lex Luthor estavam atrás de Kriptonita, alguma coisa de ruim sairia dessa união.

(Continua...)

2 comentários:

Emanuele Kent disse...

vou começar a ler qnd chegar em ksa, daí comento TODOS OS CAPS *_*
valeeeeeeeeeeeeeu (to na UNI)
xeru

Emanuele Kent disse...

Nossa, parecia mesmo o Alfred falando hauhauhuaa até lembrei da fuça dele
nessa hora, aqueles oculos, um charme de ancião e uma educação pouco vista atualmente.
Oh, God! Aewwwww a emoção so dos comentários sobre o Coringa é IMPAGÁVELL.
"Não gosto de VERMELHO" magoou até a mim, Nessa kkkkkkkkkkkkkk #RASHEI
aaaaaaaaai vou ler o resto *_*