segunda-feira, maio 7

Romance em Nova Iorque


Geralmente filmes românticos têm perdido sua qualidade nos últimos anos. É difícil encontrar um romance que envolva uma pitada de comédia e emoção ao mesmo tempo. Talvez, as pessoas contem nos dedos de uma mão os filmes que realmente valem a pena.

Em 2007, Edward Burns (Vestida para casar) apareceu com “Segunda chance para o amor” e me fez mudar um pouco de opinião quanto ao gênero. Engraçado, é que muitas pessoas, ao olhar para algum filme dele, pensa que ele é apenas mais um ator bonito medíocre que faz pontas em filmes importantes. Felizmente, não é bem assim.

Em “Segunda Chance para o Amor”, Patti (Selma Blair – Segundas Intenções) é uma escritora em ascensão, enfrentando uma crise no casamento, que descobre que um antigo amor de sua melhor amiga, é o melhor amigo de seu primeiro amor, Brian Callahan (Patrick Wilson – Whatchman), um famoso escritor que está tentando escrever algo que, para ele, faça algum sentido. Enquanto isso, Murphy (Edward Burns) luta para se livrar do alcoolismo e tentar recuperar a confiança de seu antigo amor (E melhor amiga) Kate (Debra Messing – Uma ótima atriz sem o devido valor).

O filme une duas coisas que estão intrinsecamente ligadas, a literatura e o cinema, e talvez por isso mesmo, chame tanto a atenção de pessoas com gostos sofisticados e para aquelas pessoas que gostam de um bom romance. Hoje não se imagina o cinema longe da literatura, e os dois personagens principais sendo escritores, torna o filme prazeroso aos espectadores.

A fotografia não podia ser mais urbana: Nova Iorque no inverno, a estação dos grandes amores. O bom do filme é justamente isso. Pessoas que, mesmo decepcionadas com suas vidas, não desistem, se permitem novas experiências (Coisas que na vida real dificilmente acontece) e quem sabe ser feliz de alguma forma.

As personagens da Selma Blair e da Debra são um exemplo disso. Kate completamente magoada com Murphy reluta em aceitar a sua mudança, mas acaba cedendo e dando uma chance para que ele possa mostrar que não é mais o alcoólatra que tanto a magoou. E Patti, saindo de um casamento desgastado, onde não era valorizada pelo marido, precisa de alguma forma, se encontrar novamente, para então poder ser feliz com seu verdadeiro amor.

Já Brian, é o típico “cara” legal, que sempre estará apoiando a mulher que ama, mesmo que pra isso precise ignorar um pouco seu sentimento. Quando ele percebe que pode ser feliz com ela, tenta de todas as formas estar junto dela, o problema é que ele também está se preservando para não sair magoado quanto a primeira vez. E Murphy tentando recuperar a sua dignidade perdida por conta da bebida. E isso o faz querer pedir desculpas a todos que magoou, principalmente sua melhor amiga e a mulher que ele ama.

O bom do filme é que ele mostra que as pessoas erram, não são perfeitas, mas que mesmo assim, elas devem merecer uma segunda chance para reparar aquele erro. Mostra as reviravoltas que, às vezes, o destino prega em você e o quanto você ainda pode ser feliz com isso. É só não se fechar ou se isolar quando isso acontecer.

A trilha sonora, movida por baladas gostosas de escutar à dois, ajuda a compor o clima de romance que paira no filme inteiro. A delicada direção do Burns mostra que, além de um ator sóbrio no que faz, é um diretor com uma visão delicada que consegue captar a emoção que o personagem (E não a interpretação do ator) está sentindo.

Segunda Chance para o amor é um filme que deve ser visto não somente por mulheres solteiras em datas próximas do dia dos namorados, mas por todas aquelas pessoas que têm a delicadeza necessária para entender todas as nuances de um filme assim.

Vanessa.

2 comentários:

alexandre disse...

Essa sua ultima estrofe me emocionou.

alexandre disse...

Você só passa o dia 12, se quiser! Estarei sempre ao seu dispor. Você me reacendeu a luz da vida. Você é meu Sol! Sinto-me recarregado toda vez que estou com vc!