quinta-feira, abril 18

Futuro?




Regra básica para criar uma Ficção científica? Junte milhares de anos no futuro, um mundo devastado (Ai varia conforme o gosto do autor: pode ser por guerras infinitas, invasões aliens, lixo, etc) pronto, temos uma ficção científica. Será?


As coisas não são tão simples assim. Ficção Científica vai muito além dessa regra básica. É necessário, como em todas as boas histórias, ter uma história cativante e interessante. Personagens inesquecíveis e alguma ‘moral da história’, pronto, você será um novo Douglas Adams.

Pensei no Douglas (Autor da série Guia do Mochileiro das Galáxias) porque foi um dos livros mais interessantes que eu já li. Além de tudo isso que eu já falei, a história tem uma dose de humor negro altíssimo e críticas políticas surpreendentes o que lembra um pouco George Orwell e seus livros A Revolução dos Bichos e 1984, que para quem não sabe, o programa Big Brother tem este nome em homenagem ao livro (Não que George hoje esteja feliz com isso).

São histórias que, por se passar num futuro, muitas vezes distantes e num mundo completamente diferente desse que vivemos, nos forçam a mente a idealizá-lo e o bom disso, é que o que eu idealizo não é o mesmo que você. Tanto na tecnologia, quanto no mundo em si.

Talvez, o que se torna mais fácil de imaginar seja algo do mostrado em A máquina do Tempo, H G Wells, onde o Dr. Alexander Hartlegen, após um pequeno acidente, se vê num futuro além do futuro, onde a terra voltou a ser um planeta quase deserto e os seres humanos reaprenderam a recolonizar o planeta. É fácil você imaginar um mundo florestal devastado devido a falta de noção dos seres humanos.

Mas... Quando o futuro é algo que ainda não aconteceu? Quando imaginamos tecnologias diferentes, lugares diferentes? Situações diferentes? Vários são os exemplos desse tipo de situação, e a maioria saída da mente do maravilhoso Philip P Dick, autor de Total Rekal, Agentes do destino, Minory report dentre outros contos (Sim, a maioria são contos) do autor que se transformaram em filmes. O que dizer do telefone implantado na pele, ou de agentes com cadernos holográficos que mostram como será nossa vida? Ou de um sistema tão complexo, originado de médiuns, que é capaz de revelar assassinos antes mesmo de eles saberem disso? Fica complicado, mas não impossível.

Ficção científica é uma das belas formas de você forçar sua mente para o novo, para o que pode acontecer. Alguém duvida que daqui alguns anos teremos mesas computadorizadas ou telas gigantescas na sala simulando qualquer paisagem que quisermos? Claro que isso é possível. Há 20 anos, NINGUÉM diria que seríamos capazes de falar com pessoas do mundo todo sem nem ao menos sairmos de dentro do quarto.

Autores novos têm que inventar coisas novas para escrever Ficção Científica, então começaram a misturar ficção e aventura, o que, dependendo da história, é perfeitamente aceitável. Então temos um futuro de caos, guerras civis, colônias contra metrópoles, etc. E no final tudo acaba em revolução voltando sempre para o bom e velho capitalismo, ou para o “american way of life”, vide o sucesso do momento Jogos Vorazes.

Ele se passa num futuro em que uma única ‘capital’ controla todos os outros ‘distritos’ como eles são chamados. O que é pertinente. Revolução, povo se erguer... É disso que nascem impérios, é disso que se faz uma república, é disso... Que conseguimos a liberdade. Outra série que fala da mesma coisa é a série Feios, onde no futuro, a ditadura da beleza é levada tão a sério que aos 16 anos, todos os adolescentes são submetidos a uma cirurgia para ficarem ‘perfeitos e belos’.

Leiam mais Ficção Científica, aposto que você vai encontrar coisas surpreendentes nas páginas dos livros.

Vanessa Carvalho.

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