terça-feira, janeiro 14

Liesel Meminger - A menina que roubou a cena.




Sempre que um livro é adaptado para o cinema fico feliz e apreensiva ao mesmo tempo. Em “A menina que roubava livros” não foi diferente. O resultado final foi um bom filme, mas que está muito aquém do livro.

A história se passa na Alemanha dos tempos da segunda guerra nos arredores de Munique. É a história de Liesel Meminger, que chega a rua Himmel e conhece Hans e Rosa Huberman, seus pais de criação. É lá que ela começa uma carreira bem sucedida de ladra de livros. É através de seus livros que ela vive o mundo, faz amizade com um judeu, e se apaixona, mesmo sem saber, pelo seu vizinho Rudy, um fanático por futebol e Jesse Owens.


 


É uma história cativante, mas que a meu ver pecou pela rapidez com que foi contada. Talvez pelo fato de eu conhecer bem o livro, tenha me decepcionado um pouco com alguns detalhes importantes que ficaram faltando. Ignoraram a história que Max escreve pra ela, os filhos dos Hubermans, e mudaram o motivo de Hans ainda não ser afiliado ao partido nacional, nem porque o Sr. Steiner precisou ser alistado.



Outro ponto que não foi muito explorado foram as relações da rua Himmel. Eram famílias que cuidavam umas das outras, mas que no filme, pareceu que somente duas famílias viviam por lá. Até mesmo as desavenças de Rosa com suas vizinhas foi ignorado. Aliás, tanto as ofensas dela para o marido quando para o mundo em geral, foi suavizado para o filme. Senti falta disso. O ponto alto da história, tanto no livro quanto no filme é a sua narração, me surpreendeu ver que a narradora permaneceu a mesma, pena que menos irônica como ela é no livro. 



E a paisagem? Bem... A fotografia não deixou a desejar. O que dizer do interior da Europa com seus rios, e lagos e pontes? A produção do filme não economizou nesse quesito, que transporta o público para os tempos de segunda guerra e de tensão política e preconceituosa. Mas até isso foi suavizado na produção que se focou mais na história da garotinha alemã que rouba livros.

Sua trilha sonora ficou nas mãos de nada mais nada menos que John Williams. Os mais velhos o reconhecerão de Star Wars, os mais novos de Harry Potter. Mas, de alguma forma, não reconheci seu toque até o final do filme. Em todo caso é uma trilha sonora delicada e que se encaixa perfeitamente com as situações do livro.

É um bom filme, mas apenas para aquelas pessoas que não leram o livro ou que o leram há mais de dois anos e perderam os maiores detalhes da história. Sinto que alguma coisa ficou faltando nele, mas nada que atrapalhe a delicadeza da história.



Os seres humanos ainda vão continuar assombrando nossa narradora!

Vanessa Carvalho.

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