domingo, fevereiro 7

Just go away

 


O coração andava bem apertado havia dias. Há tempos ela não sentia esse aperto, essa angustia, pois ela evitava situações que desencadeassem esse tipo de coisa. Estava cansada desse tipo de situação... esses sentimentos não são bons e ela sabe disso.

Essa angustia tinha nome, chamava saudade. Saudade das conversas, das mensagens pela manhã, das teorias criadas, enfim... de tudo.

Só que ela precisava entender que não era o mesmo momento para ambos. E por mais que a razão dessa gritasse no ouvido dela isso, a emoção dela insistia em ter esperanças... Esperanças de algo que ela não sabia se iria acontecer ou não... mas ela tinha esperanças, e ela não podia ser culpada por isso. E ela o chamava constantemente em pensamento, era só ela fechar os olhos que a imagem dele aparecia, as vezes era até irritante, pois muitas vezes, ela estava apenas lubrificando os olhos, e bem ali, lá no fundo a imagem dele estava lá. Ela precisava entender, de uma vez por todas, que não era ela.

O problema todo estava nesse ponto, ela queria que fosse ela e pensar nele a fazia sorrir, e logo em seguida suspirar, pois tudo aquilo a sufocava como se ela estivesse se afogando num mar de rostos desconhecidos. E lutava com ela mesma, pois, ao mesmo tempo que tudo isso acontecia, em que ela criava o roteiro perfeito dentro de sua cabeça, digno das melhores comédias românticas já feitas, ela se forçava a voltar para o planeta... Todas as vezes que isso acontecia, ela entendia porque “Alice” combinava com ela. Ela sabia que esse roteiro de comédia romântica não iria acontecer. Então mais suspiros surgiam, mais sorrisos bobos e mais saudade.

Ela odiava sentir saudade, porque a maior parte delas, não dá pra ser sanada. E isso é angustiante. Ela se obrigava a entender que ela não era a Elizabeth, ela era a Charllote.

Sabendo de tudo isso, ela resolveu deixa-lo livre, pois viu que ele não pretendia ficar. Não de forma permanente. E ela poderia não saber bem quem ela era, mas sabia que o efêmero não a fascinava. E as despedidas estavam constantes na sua vida, ela já deveria estar acostumada, mas não conseguia aceitar. Ela era solar, não gostava de despedidas, e apesar do que o signo dela insistia em dizer (Como ela queria ser como descrevem o mesmo) ela era intensa, e não gostava de ficar no raso. Ela não entendia as pessoas que insistiam nisso, no raso, relações rasas era uma coisa que ela jamais conseguiu entender. Quando ela resolvia se envolver com alguém, não era de forma efêmera, ela não era assim. As conexões precisavam ser profundas... E ela já estava cansada de ter que se desculpar por querer profundidade, ela não iria mais se desculpar pela profundidade dela.

Ela o deixou ir, não sem alguma dor, ela o deixou ir. Mas ela queria que ele ficasse, não porque ela pedira, mas porque ele quisera... Então... Ela o deixou ir.

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