Regra básica para criar uma Ficção científica? Junte
milhares de anos no futuro, um mundo devastado (Ai varia conforme o gosto do
autor: pode ser por guerras infinitas, invasões aliens, lixo, etc) pronto,
temos uma ficção científica. Será?
As coisas não são tão simples assim. Ficção Científica
vai muito além dessa regra básica. É necessário, como em todas as boas
histórias, ter uma história cativante e interessante. Personagens inesquecíveis
e alguma ‘moral da história’, pronto, você será um novo Douglas Adams.
Pensei no Douglas (Autor da série Guia do Mochileiro das
Galáxias) porque foi um dos livros mais interessantes que eu já li. Além de
tudo isso que eu já falei, a história tem uma dose de humor negro altíssimo e
críticas políticas surpreendentes o que lembra um pouco George Orwell e seus
livros A Revolução dos Bichos e 1984, que para quem não sabe, o programa Big Brother
tem este nome em homenagem ao livro (Não que George hoje esteja feliz com
isso).
São histórias que, por se passar num futuro, muitas vezes
distantes e num mundo completamente diferente desse que vivemos, nos forçam a
mente a idealizá-lo e o bom disso, é que o que eu idealizo não é o mesmo que
você. Tanto na tecnologia, quanto no mundo em si.
Talvez, o que se torna mais fácil de imaginar seja algo
do mostrado em A máquina do Tempo, H G Wells, onde o Dr. Alexander Hartlegen,
após um pequeno acidente, se vê num futuro além do futuro, onde a terra voltou
a ser um planeta quase deserto e os seres humanos reaprenderam a recolonizar o
planeta. É fácil você imaginar um mundo florestal
devastado devido a falta de noção dos seres humanos.
Mas... Quando o futuro é algo que ainda não aconteceu?
Quando imaginamos tecnologias diferentes, lugares diferentes? Situações
diferentes? Vários são os exemplos desse tipo de situação, e a maioria saída da
mente do maravilhoso Philip P Dick, autor de Total Rekal, Agentes do destino,
Minory report dentre outros contos (Sim, a maioria são contos) do autor que se
transformaram em filmes. O que dizer do telefone implantado na pele, ou de
agentes com cadernos holográficos que mostram como será nossa vida? Ou de um
sistema tão complexo, originado de médiuns, que é capaz de revelar assassinos
antes mesmo de eles saberem disso? Fica complicado, mas não impossível.
Ficção científica é uma das belas formas de você forçar
sua mente para o novo, para o que pode acontecer. Alguém duvida que daqui
alguns anos teremos mesas computadorizadas ou telas gigantescas na sala
simulando qualquer paisagem que quisermos? Claro que isso é possível. Há 20
anos, NINGUÉM diria que seríamos capazes de falar com pessoas do mundo todo sem
nem ao menos sairmos de dentro do quarto.
Autores novos têm que inventar coisas novas para escrever
Ficção Científica, então começaram a misturar ficção e aventura, o que,
dependendo da história, é perfeitamente aceitável. Então temos um futuro de
caos, guerras civis, colônias contra metrópoles, etc. E no final tudo acaba em
revolução voltando sempre para o bom e velho capitalismo, ou para o “american
way of life”, vide o sucesso do momento Jogos Vorazes.
Ele se passa num futuro em que uma única ‘capital’
controla todos os outros ‘distritos’ como eles são chamados. O que é
pertinente. Revolução, povo se erguer... É disso que nascem impérios, é disso
que se faz uma república, é disso... Que conseguimos a liberdade. Outra série
que fala da mesma coisa é a série Feios, onde no futuro, a ditadura da beleza é
levada tão a sério que aos 16 anos, todos os adolescentes são submetidos a uma
cirurgia para ficarem ‘perfeitos e belos’.
Leiam mais Ficção Científica, aposto que você vai
encontrar coisas surpreendentes nas páginas dos livros.
Vanessa Carvalho.
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