Elysium estreia nesta sexta feira nos cinemas brasileiros e
vem trazendo uma roupagem nova para um problema que existe desde que o mundo é
mundo. E Wagner Moura começou com o pé direito em sua estreia estrangeira.
A história se passa em 2154, e a Terra está doente e morrendo.
As pessoas mais pobres estão doentes sem comida, sem saúde morando em um local
insalubre enquanto as que tem poder aquisitivo estão vivendo muito bem em uma
estação espacial multinacional na órbita do planeta. Max (Matt Damon), um
ex-condenado, trabalha na construção de policiais robôs e sofre um acidente e a
cura só existe na estação. O problema é que ele (E a maioria das pessoas na
terra) não tem permissão para entrar na estação. Ao mesmo tempo, na estação, a
chefe de segurança Rhodes (Jodie Foster), brilhantemente interpretada por Judie
Foster, está para dar um golpe militar e assumir o poder. Max tem acesso a
informações do programa base da estação e juntamente com Spider (Wagner Moura)
vão tentar reiniciar o programa e dar permissão para todos na terra ter acesso
ao tratamento médico que precisam.
Parece ser muito para um filme de ficção científica, mas o
roteiro forte mostra um problema que existe há tempos. Os ricos podem tudo e os
pobres sobrevivem da maneira que podem. Hospitais superlotados, pessoas
morrendo de fome e doenças e um planeta morrendo. Por mais que digamos que seja
apenas ficção científica, mais atual que isto impossível.
Matt Damon mostrando mais uma vez o grande ator que ele é e
o quão profissional e ainda pode ser. Seu personagem é complexo, mas ao mesmo
tempo, aprendemos a gostar dele nos primeiros cinco minutos de filme, além de
ser aquele tipo de cara que deixa os outros atores ao seu lado terem seu
espaço.
Mas quem me impressionou mesmo foi Wagner Moura. Seu
personagem cresce no decorrer do filme e ele teve espaço suficiente para chegar
e fazer seu trabalho. Com uma dicção perfeita para alguém que está fazendo seu
primeiro filme em inglês, temo dizer que a carreira dele lá fora será muito melhor
sucedida que de seu conterrâneo.
Alice Braga, já “veterana” mais uma vez teve um papel
secundário de peso. E mesmo assim ela pode brilhar em cena. Super profissional,
ela não se deixou abater com o elenco multinacional, chegou e brilhou.
O que mais chama a atenção do filme, caso você vá ao cinema
com senso crítico apurado, é justamente a forte crítica do diretor a
organizações que detém o poder enquanto milhões de pessoas sofrem sem condições
mínimas de humanidade.
O final do filme é algo de “final feliz” à medida que o
filme permite. Somos presenteados com sonatas de Beethoven e Bach na trilha
sonora enquanto vemos uma Los Angeles em ruínas.
Elysium estreia nesta sexta feira em circuito nacional.
Vanessa Carvalho.
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