DISTOPIA. Palavra tão em moda
ultimamente que tem feito as pessoas surtarem. Com a estreia de Divergente nos
cinemas, as irritantes comparações começaram, principalmente com a série Jogos
Vorazes, outra história distópica.
Porém, as semelhanças param por aí.
Comparar as duas, seria a mesma coisa que comparar “Senhor dos Anéis” com “Game
os Thrones” ou “Star Trek” com “Star Wars”, histórias que, apesar de
semelhantes, abordam temas completamente diferentes.
Enquanto na obra da Suzzane há 12
distritos que vêm suas crianças serem mandados a um reality show mortal, em
Divergente, a sociedade é dividida em facções que separam as pessoas devido a
alguma qualidade que ela tem: destemido, leal, inteligente, franco ou
altruísta. As pessoas são levadas a prédios onde tais qualidades são exploradas
e desenvolvidas ao extremo.
Ambas têm temática fortes e
verossímeis de que algum dia as coisas possam evoluir à realidade de tais
obras. Principalmente com o que vemos todos os dias nos noticiários, seria
completamente insano não pensar que essas coisas realmente possam acontecer em
um futuro não tão distante assim. E isso torna tudo mais assustador.
Creio que, antes mesmo de criticar
uma, outra, ou até mesmo ambas, achando que são simplesmente histórias para
adolescentes, deve-se analisar a sociedade e tudo que está em jogo nelas.
Uma distopia é uma (RE)construção
de uma realidade que PODERIA ser a nossa. Elas demonstram tudo o que a natureza
humana é capaz de fazer quando a mesma se sente acuada, ameaçada e levado ao
limite. Uns se tornam melhores, outros apenas se mostram como realmente são. E
tais coisas nas mãos erradas podem simplesmente ser muito perigosas.
Em Jogos Vorazes, por exemplo, o
presidente Snow controla a sociedade com jogos cruéis e sádicos onde crianças
matam outras crianças em nome de um entretenimento insano. E em Divergente,
Jeanine controla o conhecimento em toda a sua essência chegando a ser senil
levando ao extremo experiências científicas. Além disso, a primeira tem um final
satisfatoriamente feliz, enquanto que na segunda, o final segue a linha “Senhor
dos Anéis”. Até existe alguma felicidade, mas não é o tipo que vá fazer um
coração saltitar leve.
Talvez tais obras sirvam para nos
colocarmos no lugar dos personagens e divagarmos em como NÓS nos comportaríamos
se estivéssemos nas mesmas situações que eles. Mataríamos jovens como a gente?
Seríamos cruéis a esse ponto? Ou se ao vermos que temos predisposição para
determinado comportamento, nos sentiríamos melhores que os outros? Não sei, são
apenas pensamentos soltos traduzidos em palavras.
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