No dia do aniversário da JK
Rowling e de Harry Potter, é bom fazer uns breves comentários sobre a série.
Não foi com surpresa que eu vi
que em alguma faculdade há uma espécie de concurso sobre o primeiro livro da
série “Harry Potter e a Pedra filosofal”. Bem, que trabalhos sobre Harry Potter
são feitos no mundo, não é surpresa, mas me espantou o tom crítico que havia no
cartaz.
Talvez não tenha entendido
direito o que o cartaz realmente estava querendo dizer, mas a verdade foi que
me deu a impressão de que a pessoa em questão ou ficou presa somente aos filmes
ou então só teve acesso à primeira história para fazer sua tão infundada
crítica.
Sim, é verdade que há, em todos
os livros do bruxo, severas críticas ao preconceito (De todas as formas), mas
isso não mostra que a escritora seja preconceituosa ou coisa do gênero, pelo
contrário, mostra o grande conhecimento que JK tinha sobre os assuntos
implicitamente abordados na série.
Quando ela resolveu dividir a
escola em casas colocando nas mesmas características para que os alunos
acabassem caindo nelas, ela apenas quis ressaltar não os defeitos, mas as
qualidades que esses alunos tinham (Tanto que todos os alunos das quatro casas
iam para as aulas juntos, não havia separação). E mesmo com o passar dos anos,
acabamos conhecendo personagens de todas as casas que fugiam as características
principais. Tanto que em determinado momento da vida escolar de Harry,
Dumbledore o esclareceu que não eram as qualidades dos alunos que o tornavam
quem eles eram e sim suas escolhas (Mais precisamente no segundo ano de Harry).
Se formos analisar profundamente
o próprio Dumbledore, ele não era perfeito. Em sua longa história, contada no
sétimo e derradeiro livro, vemos que o querido professor detinha uma imensa
fraqueza em relação ao poder. Quanto mais ele tinha acesso a ela, mais sucumbia
à sua ambição, motivo este de ele nunca ter aceitado ser ministro da magia.
E quanto ao trio? O que falar dos
três? Harry Potter, mesmo tendo uma fidelidade enorme pelos seus amigos e entes
queridos, sua habilidade de quebrar regras e arrogância o tornaria um brilhante
aluno da casa Sonserina (E não foi porque ele era uma verdadeira horcrux); Rony
entrou para Grifinória por uma tradição familiar, apesar de no livro ele ser um
cara centrado e inteligente, ele não detinha a maior característica da casa,
que era a coragem, mas era leal (E assim o foi por toda sua vida); e a
Hermione... Bem... Quem discutir comigo que Corvinal também seria uma de suas
casas, simplesmente estará me afirmando que ficou restrito aos filmes apenas.
E o que dizer do Snape? Tirem
suas conclusões. “Quem menos demonstrava amor, era quem mais amava” e isso
durou, tipo... A vida toda. E apesar de haver uma parcela dos fãs que afirmam
que foi o amor que o salvou, eu digo que foi as circunstâncias que o levaram a
tomar algumas escolhas erradas. Claro, não podemos negar que realmente o amor o
salvou, o fez enxergar racionalmente, mas ele não teria feito as escolhas que
fez se não tivesse sofrido tanto.
Mas é em Voldemort que a autora
mostra que suas escolhas podem afetar você. Tom, apesar de ter nascido de uma
porção do amor, e em razão disso não saber exatamente o que isso significava,
poderia ter escolhido outros caminhos, poderia ter feito a diferença, mas como
a única coisa que conhecia era a ganancia e a ambição... Bem... Deu no que deu.
Ele era preconceituoso, racista
(No mundo dos bruxos claro), intolerante, e aparentemente perseguia
implacavelmente determinada “raça” de bruxos. Em pronunciamentos pós
livros/filmes, JK contou que a primeira guerra bruxa se deu nos mesmos anos da
Segunda Guerra Mundial. Se formos analisar profundamente, “os nascidos trouxa”
foram tão perseguidos no mundo bruxo quanto os judeus, o que não quer dizer que
JK seja nazista (Como deu a entender a postagem). Se assim o fosse, Voldemort
não teria perdido... Duas vezes, não é?
Ao contrário do que os trouxas
acreditam, Harry Potter não é uma história que prega o racismo, intolerância e
indiferença pelo que é diferente, pelo contrário, Harry Potter mostra que quando
você tem o coração bom, mesmo tendo dificuldades na vida, você tem a
oportunidade de fazer o bem. Harry tinha todas as circunstancias para ir pelo
mesmo caminho do Voldemort, então... Por que não o fez?
Esse é mais um daqueles posts de
divagações aleatórias que fico pensando de vez em quando, em determinados
momentos da vida.
Vanessa Carvalho.
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